A Casa Porto tem uma vibração de acolhimento e integração, com o jogo entre a suavidade do ripado e a densidade da vegetação ao redor. A ideia de um sobrado com o pavimento superior totalmente voltado para a privacidade, e um térreo que se abre para o social e a convivência, cria uma dinâmica interessante entre os espaços. Em um local onde o verde se mistura com a terra, a Casa Porto se ergue de maneira serena, como um abrigo que respeita e abraça o entorno. O pavimento superior, reservado ao descanso, se estende com varandas que conectam as suítes à paisagem. O mobiliário, no lugar de um guarda-corpo convencional, se torna um elo entre o interior e o exterior, permitindo que os espaços fluam e se abram ao ambiente. As portas camarão, de piso a teto, permitem que o vento, a luz e a paisagem penetrem de maneira generosa. A estrutura metálica ripada, com sua linha vertical que se desfaz suavemente, cria uma sensação de continuidade e leveza, marcando um ritmo que envolve a casa. O contraste entre a madeira e o metal é como uma harmonia entre natureza e construção, entre o orgânico e o industrial. No térreo, o espaço social se amplia para o lazer, onde a piscina generosa se insere como um espelho da vegetação que a cerca. O ripado vertical no térreo emoldura a escada, criando uma transição sutil entre os dois níveis da casa, como um gesto de continuidade que flui entre os espaços. A área de lazer, aberta e integrada, é cercada por uma densidade paisagística cuidadosamente planejada, onde a natureza e os espaços de convivência se tornam inseparáveis. Os materiais utilizados, com a tonalidade marrom no tijolinho à vista e nos pilares mais esguios, aquecem a estrutura e conferem uma sensação de acolhimento. A cobertura linear, fina e simples, permite que o foco esteja no que realmente importa: o ambiente e a beleza ao redor. A mata densa na parte posterior da casa adiciona uma camada de privacidade e tranquilidade, criando o cenário perfeito para um refúgio verde, mas sem perder a conexão com o urbano. Casa Porto é um gesto de acolhimento, um lugar onde a natureza e a arquitetura coexistem com respeito e harmonia. Um refúgio que acolhe, conecta e protege — uma casa que se faz presente no lugar, sem jamais se sobrepor a ele.